Personagens Januário e Yolanda. Arte: Camila Giudice |
A maior incidência era de bebês, mas
também acontecia de chegar vários irmãos já grandinhos, como nessa história que
vou lhes contar.
Rosa de Souza era lavadeira, casada
com Raul de Souza. Ele era operário de uma fábrica de vidros. Moradores de um
cortiço na Rua das Carmelitas, na Baixada do Glicério (também conhecida como
Várzea do Carmo), próximo ao rio Tamanduateí.
Raul era um homem esforçado, dava
duro na labuta para sustentar o lar, só que tinha uma grande fraqueza pela
boemia. Foram muitas as noites que Rosa passou sozinha a esperar pelo consorte.
Aquela situação a amargurava.
Eram casados há dez anos. Jacyra e
Almira eram as filhas mais velhas, tinham apenas um ano de diferença. Devido às
rusgas conjugais, brigavam, separavam-se e tornavam a ficar juntos. Em uma
dessas idas e vindas, a mulher ficou grávida de Yolanda.
Acontece que Rosa havia se envolvido
com Tião, um amigo de infância. O rapaz preenchia a sua vida de atenção e
chamegos. Ele era o contrário de Raul, rude por fora e por dentro. Rosa não tinha
certeza da paternidade do seu bebê. Para evitar ser chamada de adúltera e ser
repudiada pelo marido, pela família e pela sociedade, calou-se.
Quando Yolanda nasceu, não era nada
parecida com a mãe e nem com Raul. Um ar de desconfiança estabeleceu-se. Rosa
jurou que a criança era do cônjuge e que parecia-se muito com a sua avó, uma
portuguesa de Trás-os-Montes (que nunca chegou a conhecer). O marido engoliu os
argumentos da esposa e seguiram a vida.
Tião não era homem de desistir de um
romance. Insistiu no relacionamento com Rosa, seria discreto, mas não queria
ser abandonado. Ela consentiu, também estava apaixonada. Quatro anos depois
viria uma nova gravidez. Desta feita, Rosa tinha certeza de quem era o bebê: do
amante.
Sem desconfiar, Raul estava feliz com
a gravidez da mulher e tinha certeza que seria um menino. O Ano Bom de 1925
trouxe o tão esperado varão, o garotinho recebeu o nome de Januário por ter
nascido no dia 1º de janeiro.
O menino era bastante parecido com
Yolanda: pardo, olhos castanhos claros, cabelos crespos e loiros.
– Parece que o sangue da sua avó
portuguesa, d. Manuela, é forte mesmo, mulher! – falou Raul.
– Olha marido, você fala de um jeito
que me deixa encabulada. Minha mãe já até te mostrou a foto da minha vovozinha.
O que posso fazer?
– Jacyra e Almira nem parecem irmãs
dos caçulas. Quanta coincidência, não? – resmungou o consorte.
Com o espírito inflamado, já sem
paciência para aguentar aquela mazela, Rosa só não revelou a verdade porque sua
mãe entrou no quarto e apaziguou a situação. Dois meses mais tarde, Raul
descobriria a traição da esposa. Mesmo sentindo-se ultrajado, não deixou nada
transparecer. Continuou a sua rotina. Em uma tarde que conseguiu sair mais cedo
da fábrica, voltou para casa, sabia que a esposa estaria a lavar roupas no rio.
Ao abrir a porta do quarto que ocupavam no cortiço, encontrou as quatro
crianças.
– Meninas aprontem-se, vamos dar uma
volta na cidade!
– Papai, o senhor em casa a essa
hora? Mamãe sabe que vamos sair? – questionou Jacyra.
– Ah, sabe sim. Eu quis fazer uma
surpresa para vocês. Vamos ao cinema!
Grande foi o entusiasmo das garotas.
Raul pegou Januário no berço e
saíram.
Tudo seguia
alegremente até que desceram do bonde rumo à Santa Casa, na Vila Buarque.
– Papai, o
senhor disse que iríamos ao cinema e não ao Hospital Central. Ninguém aqui está
doente! – afirmou Almira.
– Ande, ande...
Não diga nada! – advertiu o pai.
Ao descerem a
Rua d. Veridiana, pararam todos em frente à Roda dos Expostos, que tinha metade
da sua caixa cilíndrica de madeira para o muro externo de um dos prédios do
complexo da Santa Casa.
As meninas
observaram quando o pai colocou Januário na roda e a fechou. Parecia que o
menino tinha desaparecido. Aflitas, as crianças questionaram a atitude do
genitor. Ainda na tentativa de acalmá-las e embromá-las, Raul pediu que
permanecessem ali, ele iria comprar doces e guaranás e voltaria “num instante”.
Qual o quê! O
homem sumiu!
Um guarda do
hospital observou aquelas garotinhas ali sozinhas e as abordou. Elas contaram o
ocorrido. O senhor já sabedor de situações semelhantes àquela, rapidamente
soube que tratava-se de mais um caso de abandono.
Levou as três
menininhas até à superiora da congregação de São José, responsável pelas
“crianças da Santa Casa”. A irmã Lúcia, conhecida como irmã rodeira, relatou
que naquela mesma tarde um menino foi deixado na roda. Jacyra e Almira, com
respectivamente, oito e sete anos de idade, confirmaram que eram todos irmãos.
Com as
informações obtidas, foi solicitado ao sr. Jesuíno, um funcionário da
Irmandade, que averiguasse o caso. No dia seguinte, ao chegar ao endereço
informado por Jacyra, Jesuíno não encontrou o casal. Foi comunicado que Raul e
Rosa haviam tido “uma briga feia”, chamaram o senhorio e entregaram a chave do
quarto.
– Para onde
foram?
– Não faço a
mínima ideia.
– Conhece algum
parente deles?
–
Parece que moram lá pros lados do Ipiranga – respondeu o rendeiro daquela
habitação coletiva.
O sr. Jesuíno partiu rumo ao “bairro
da independência”. Pergunta aqui, investiga ali, achou d. Benedita. A mesma
ficou surpresa e respondeu que não tinha condições de ficar com os quatro
netos, era muito pobre. Prometeu que se soubesse qualquer notícia da filha Rosa
ou do genro, avisaria à Irmandade da Santa Casa de Misericórdia.
Os quatro irmãos foram encaminhados
para o Asilo dos Expostos, no bairro do Pacaembu. Quanta tristeza no coração
daquelas crianças. Uma vida diferente as aguardava.
As irmãs logo foram alfabetizadas. A vida no orfanato era
rígida. Todos deveriam colaborar com os trabalhos internos.
De vez em quando alguns artistas dirigiam-se ao Asilo para conhecer e levar um
pouco de alegria aos órfãos.
Januário
encantou-se com os palhaços que realizaram uma visitação quando ele tinha
quatro aninhos. Desde então, repetia para as freiras que queria ser um palhaço
quando crescesse, ou então, queria ir embora com eles.
–
Como você é bobo,
Januário. Palhaços moram no circo, nós somos crianças e
nosso lugar é aqui!
– disse Yolanda.
–
Como você é malvada, deixa o nosso irmãozinho sonhar! – replicou Almira.
A
figura e o divertimento do palhaço Lamparina nunca mais sairia da memória do
garotinho. O elenco daquele circo realizaria visitas frequentes ao orfanato.
Seis
anos passaram-se. Um dia, Raul de Souza apareceu no Asilo. Conversou com o
diretor e expõe o seu caso. Afirmou que naquele momento apenas possuía condições de levar as filhas mais velhas. Prometeu
voltar no futuro para resgatar os caçulas.
Sem
maiores detalhes, as freiras ordenaram que Jacyra e Almira arrumassem os seus
parcos pertences. Elas obedeceram com certa desconfiança. Ao avistar o pai, não
queriam ir embora. E os irmãos? Não houve diálogo, elas precisaram obedecer à ordem paterna.
Pobres
Yolanda e Januário, com apenas dez e seis anos, agora ficariam sem a presença e
proteção das manas.
–
Elas vão voltar, como os palhaços do circo! – falou Januário ao ver a chorosa
irmãzinha.
–
Será?
–
Você não vê que eles vêm até aqui, fazem palhaçadas e truques, nos aninam, e
depois vão embora, passa um tempo e regressam para nos alegrar?
–
Vai ver que será assim mesmo, mano!
Januário
era um menino risonho e feliz. Todos gostavam dele, era altruísta. Memorizava
com facilidade passagens bíblicas e as reproduzia para as outras crianças. As
freiras apreciavam essa capacidade do menino. Repetia diariamente:
–
Quando crescer serei um artista, um palhaço!
–
Nada disso, você deve dedicar sua vida a Jesus! – dizia a irmã Maria Imaculada.
–
Quero levar alegria para as pessoas através das Artes! E Jesus Cristo estará
sempre comigo no meu coração. Mas... padre... Não quero ser não!
–
Olha, até rimou... – comentou Yolanda.
–
Ora, ora, essas crianças de hoje em dia...
–
Irmã não fique brava comigo.
–
Está bem, meu menino!
Ao completar 12 anos, Januário foi autorizado a fazer um
curso no centro da cidade. Descobriu no caminho um pequeno circo. Certa vez, na
volta para o orfanato, resolveu descer do bonde e ir até ao acampamento dos
artistas. Rapidamente conversou com um homem que trabalhava como palhaço.
Januário encantou-se com a narrativa do seu novo amigo.
–
Você quer ir embora conosco, garoto? – perguntou o palhaço.
–
É o
meu sonho. Seria possível. Preciso avisar Yolanda. É a minha irmã, só vou se ela for também. Ela tem 16 anos e é muito prendada.
–
E seus pais?
–
Vivemos no Asilo dos Expostos. Não sabemos dos nossos pais.
–
Estamos acertados. O circo parte em duas semanas.
Na
data arranjada, os irmãos conseguiram sair do orfanato sem levantar suspeitas.
Partiram com o circo.
A realidade
dura da vida dos artistas circenses logo se revelou a ambos. O trabalho era
muito e a compensação pouca. A vida nômade era cansativa. Januário não
esmoreceu, logo ganharia notoriedade como palhaço, recebeu a alcunha de
“Caramelo”. Yolanda fazia parceria com o caçulinha. Viajaram por todo o Brasil.
O menino tinha
boa voz e aprendia depressa as músicas de sucesso que ouvia no rádio e nos
discos. Aprendeu a tocar violão e sua irmã manejava habilmente o pandeiro. Além
de ser um poeta “de mão cheia”.
Até que um dia
chegaram à Capital Federal, o Rio de Janeiro. Estiveram em diversos bairros do
subúrbio. Caramelo era a grande atração do circo. Receberam um convite para
tomarem parte em uma festa oferecida por uma família abastada na ilha de
Paquetá.
A família
Carvalho era proprietária de uma chácara na praia dos Tamoios. Com ampla
varanda e quintal, muitos coqueiros, palmeiras e flamboyants compunham o jardim
da residência. Foi uma festa ótima! Yolanda apaixonou-se por Frederico
Carvalho. Quem não gostou nem um tico foi Januário. Sentia-se responsável por
sua irmã, sua companheira inseparável.
Não houve
jeito, Yolanda bateu o pé e disse que não seguiria com o circo. Estava cansada
daquela existência. Queria se assentar, ter marido e filhos.Januário tinha
vocação e alma para ser artista, ela não.
As idas até Paquetá
tornaram-se frequentes. Januário sentiu-se mexido: valeria seguir em frente sem
a amada irmã? Desde que se lembrava por gente, sempre estiveram juntos.
Entretanto, tinha imensa devoção à sua carreira artística.
Sem saber qual
decisão tomar, Januário um dia estava a caminhar pelas areias de Paquetá até
que avistou o garoto Julião - que logo puxou conversa. Narrou ao palhaço
diversas lendas locais e o levou até à Ponte da Saudade.
– Januário,
contam que aqui nesta ponta de cais, essa ponte foi construída pelo João
Saudade, um negro africano que veio para cá como escravo. Foi separado de seu
filhinho e de seu amor, chamava-se Januária. Olha que coincidência de nomes! –
contou o menino.
– Pois bem,
continue Julião.
– Ele se tornou
um homem triste. Vinha todos os dias aqui onde estamos, rezava e conversava com
a lua e as estrelas pedindo para que um dia pudesse rever a sua família. Os
anos passaram, o João ficou cada vez mais tristonho. Até que uma noite ele saiu
e não voltou para a senzala do seu dono. Os outros negros sentiram sua falta.
Ele desapareceu misteriosamente. Nunca ninguém o encontrou. Contam os mais
velhos que Iemanjá ficou com pena do João e o veio buscar, seu banzo era maior
que o mar. Ele transformou-se em estrela, a estrela que simboliza a saudade de
quem perdemos, por isso essa ponte chama-se “Ponte da Saudade”, um tributo ao
João Saudade.
Anoiteceu. Ao
terminar de ouvir a contação, Januário pôs-se a olhar para as águas calmas da
baia de Guanabara, a lua branca e as estrelas que salpicavam o céu.
– Acho que vejo
o João Saudade.
– O amigo tem
saudades de alguém? Já perdeu alguém especial?
O
palhaço triste contou sua biografia ao novo amigo.
–
Quando eu tinha a sua idade, Julião, fugi com um circo. Nunca conheci meus
pais, sei apenas o que minhas irmãs mais velhas me contaram. Nem mesmo Yolanda
lembra-se da nossa mãe. Não sei o que foi feito da minha família. Almira e
Jacyra me relataram que meu pai se chamava Tião. Oras bolas, quantos Tiãos
existem neste mundo? Não sei por onde andam... Também não sei se sinto falta ou
saudades deles. Quem sabe um dia possa conhecê-los nesta vida. Só sei que não
quero apartar-me da minha querida Yolanda. Vai ver que ela está certa. Essa
ilha é um paraíso e eu posso trazer alegria para os moradores daqui. Serei o
palhaço da ilha, o artista alegre deste pequeno palmo de chão que flutua nas
águas guanabarianas.
– Falou bonito,
amigo, me emocionei!
– Sou poeta,
Julião!
Januário
resolveu estabelecer-se em Paquetá. Yolanda se casou e tudo se acalmou. Ele
ganhou muito dinheiro (e soube economizar) durante os seus dez anos de atuação
na vida circense. Adquiriu uma boa vivenda próximo ao Solar del Rei, um
exuberante casarão que contavam ter pertencido ao rei d. João VI.
Continuou a
fazer apresentações em circos na capital. Tomava parte em programas de rádio,
onde fazia esquetes humorísticos e cantava. A popularidade não o abandonou.
Januário continuou a levar alegria para as pessoas. Seu público preferido eram
as crianças. Sentia que tinha como missão de vida a visita aos orfanatos,
queria compartilhar com a criançada um sorriso, uma brincadeira, um carinho,
assim como faziam os palhaços que visitavam o Asilo dos Expostos em São Paulo.
No belo
jardim da vivenda de Januário existia um frondoso flamboyant, quando sua copa
estava florida parecia o mais belo espetáculo da terra. As flores rubras e
fulgurantes enchiam de poesia quaisquer olhos que as mirasse. Em um dos galhos
da árvore existia uma casa de João de Barro, estava habitada. Em uma linda
manhã de primavera, Julião ficou a observar um momento em que as aves deixaram
a casinha, queria ver os filhotinhos. Pegou uma escada tosca e a encostou na
árvore, ao subir... Ploft! Levou um baita tombo. Machucou-se. Desistiu do
intento.
Uns meses
depois, notou que no emaranhando dos galhos espinhudos da Primavera existia um
ninho de noivinhas. Não estava tão alto.
– Julião.
Julião... – gritou Januário.
Precisando
atender ao chamado, o rapaz foi embora. Comentou com Januário que o seu jardim
agora era um “berçário de pássaros”. Ele não entendeu bem a conversa, estava se
aprontando, terminando de vestir-se de Caramelo. Uma equipe da revista Carioca
estava para chegar na próxima barca, agendaram com Januário para fazer uma
reportagem sobre a vida do famoso palhaço, atendendo a solicitação dos
leitores.
– Agora não
tenho tempo para brincadeiras, meu rapaz. Ajude-me a terminar de me vestir. Não
se esqueça de que hoje à tarde deve vir o novo jardineiro, esqueci o nome do
tal senhor, foi-me recomendado por d. Ritinha. Está difícil à beça arranjar um
bom jardineiro nesta ilha.
– Está bem,
estarei atento. Mas o amigo precisa ver o ninho das noivinhas.
– De quem?
– São
aqueles passarinhos que são todos branquinhos e tem penas pretas na ponta das
asas e na região da cauda. Tão bonitos. Os filhotes já saíram dos ovos, os pais
trazem o alimento no bico. Seu canto é curto e agudo. Estou encantando. Existe
ali muita poesia. As noivinhas adejam no céu azul com elegância!
Januário já
maquiado e vestido mirou Julião e solto:
– Agora você
deu para ser poeta, garoto?
– Aprendo
com o mestre!
– Blem!
Blem! Blem!
– Tocaram a
sineta. Devem ser os jornalistas. Vou lá abrir o portão. – disse Julião.
A entrevista
foi uma beleza. Foram tiradas muitas fotografias. Caramelo seria a capa da
edição do mês seguinte do célebre magazine. Ele contou sobre sua vida e sua
carreira. Revelou que foi deixado na Roda dos Expostos pelo marido de sua mãe
etc., etc. Os repórteres se emocionaram. Findado o trabalho jornalístico, a
equipe foi embora.
Minutos
depois Julião chamou Caramelo para ir ver o ninho das noivinhas. Ele foi.
Avistou um dos filhotes com o bico aberto.
– Ele deve
estar gritando. “Mãe, estou com fome! Mãe, estou com fome!” – sussurrou Julião.
De repente,
Januário pôs-se a observar a cena e lembrou que nunca conheceu a sua mãe.
Embora fosse um homem equilibrado e altruísta, artista consagrado, lá no fundo
do coração carregava essa mágoa. Desejava sim, um dia, poder conhecer Rosa de
Souza, e também o seu pai.
Rapidamente
o casal de noivinhas chegou e os dois afastaram-se do ninho.
Ouviram
chamar do portão. Era o jardineiro acompanhado de uma senhora.
– Pode
deixar que eu atendo. – gritou Yolanda, já prestes a dar à luz. Fora assistir o
irmão conceder a entrevista. Ela ficava toda orgulhosa e rasgava elogios ao
querido mano.
Ao chegar ao
portão, ela notou que o tal senhor assemelhava-se a Januário. Pareciam ser
gêmeos, embora o homem da calçada fosse bem mais velho. Impressionada, ficou
parada.
– Minha
senhora, com licença, meu nome é Tião, esta aqui é minha senhora, d. Rosa,
viemos saber da vaga de jardineiro.
– Tião e
Rosa... Os senhores são paulistas. Noto pelo sotaque.
– Sim,
senhora. Como a senhora.
– Um
instante. Vou chamar o dono da casa.
Caramelo
veio chegando e assistiu a tudo. Notou o semblante estupefato de Yolanda. Seria
possível? Seu desejo realizou-se? Havia pensado no assunto instantes antes.
Lágrimas rolaram
da face do palhaço-homem. Ele falou consigo mesmo, tendo a mão direito ao
peito. “As noivinhas, sim, elas foram o sinal da realização do meu mais sonhado
anseio. Como Deus é bom!”.
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