Escritora transforma choque do diagnóstico de câncer de mama metastático em livro
Jornalista, escritora, editora, pesquisadora, autora de 32 livros no Brasil e Portugal, a paulistana Thais Matarazzo está no auge da vitalidade profissional, intelectual e, poderíamos afirmar físico não fosse a recente descoberta de um câncer de mama metastático, aos 38 anos de idade. O diagnóstico foi transmitido de maneira grosseira por um médico oncologista, numa manhã fria de agosto de 2020, em meio à pandemia de Covid-19:
“— É meu dever primeiro te perguntar: a senhora tem
condições financeiras de arcar um tratamento oncológico de alto custo? — disparou
a ‘queima-roupa’ o médico. — Como? O que eu tenho, doutor? — questionei já
aflita. — Pois é... A senhora vai precisar de muito dinheiro para iniciar o
protocolo de tratamento mais eficaz para a sua doença”, escreve Thais, no livro
Alegria e Gratidão – Palavras de um
coração, que ela lança em formato e-book, ainda este ano, e em
versão impressa, no começo de 2021. A obra tem prefácio de Andrea Matarazzo, fotos
de Marcia Costa e Nana Tavares, e ilustrações de Camila Giudice.
Descobrir-se portadora de neoplasia maligna de mama, com metástase no fígado e
lesões no esqueleto, não travou a escritora, pelo contrário, acelerou-a.
Não por medo do futuro, mas com o objetivo de focar ainda mais nos projetos
envolvendo sua maior paixão, a literatura. Thais continuou tocando seus livros
e as pautas, a redação e edição de sua revista mensal, dedicada à literatura
brasileira. Mas, em meio ao turbilhão de exames e emoções, a autora transformou
o susto em prosa e poesia.
Leia, abaixo, trecho do livro em que a autora
lembra quando percebeu o nódulo no seio, e alerta sobre a importância do
diagnóstico precoce:
“O mês de março de 2020 foi marcado pelo
alastramento da pandemia da Covid-19 no Brasil. No dia 20, um sábado, o Coletivo
São Paulo de Literatura realizou o último evento presencial antes da
quarentena, o Sarau Cai na Roda, no Museu da Santa Casa de São Paulo. De
repente, todas as nossas atividades culturais e educativas cessaram. Pensamos
que isso acabaria rápido.
Na semana seguinte, durante o banho, senti
um caroço na mama esquerda. Preocupada, rapidamente marquei uma consulta com o
ginecologista. O médico pediu para que eu realizasse uma ultrassonografia das
mamas, porém, afirmou que “não era nada”, possivelmente um ‘nódulo de gordura’.
Com toda aquela confusão de informações, somada ao
decreto do isolamento social e o medo de contrair a Covid, deixei para realizar
o exame em melhor oportunidade. Foi meu grande erro. Dois meses depois, o
nódulo havia crescido rapidamente, resolvi fazer a ultrassonografia. Em
seguida, começaram as dores na mama, com reflexos no braço esquerdo. O
ginecologista solicitou mais exames. O tempo passou, ele acreditava não ser
nada grave apesar das minhas queixas. Por fim, fiz a mamotomia e o
imuno-histoquímico. Assim que saiu o resultado, não aguentei e abri para ver:
carcinoma mamário invasivo.
Fiquei triste, mas no fundo, já
desconfiava que fosse câncer. Sentia muitas dores e desconforto. De qualquer
maneira, minha mãe já havia tido câncer primário no rim esquerdo, tendo sido
operada em 2017, assim como várias tias e primas maternas. A doença não era
novidade para mim, entretanto, nós nunca pensamos que vai acontecer conosco”.
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