Cris Arantes e seu Varal de Poemas na I Bienal Literária de Taubaté, 2019 |
Conheci a Cris Arantes por intermédio da poeta e escritora Glafira
Menezes Corti. Um dia, ela apareceu em um dos nossos saraus e nunca mais nos
deixou.
Desde o princípio se destacou nos eventos por tocar pandeiro, violão,
cantar, dançar e declamar os seus poemas.
É uma mulher bem resolvida, independente e personalíssima.
A Cris é muito criativa e participa de vários grupos, tem uma disposição
invejável: está aqui, acolá, além, sempre com alegria e cheia de energia. Por
isso, recebeu a alcunha de “artista mambembe”.
Tem uma qualidade especial: prestigia os colegas e amigos. Se dá bem com
toda a gente, quando surge algum problema já resolve com uma boa conversa, sem
abalos.
Certa feita, diferente da maioria dos escritores e poetas, me contou que
não tinha nenhuma intenção de publicar um livro solo.
“Como assim?” – questionei.
Simplesmente afirmou que participa de várias antologias e estava de “bom
tamanho”. Seu maior canal de divulgação dos poemas são as redes sociais e o Whatsaap. Por seus versos são simples,
populares e ritmistas, mas o segredo está, além disso, são poemas que provocam
profundas reflexões, toca corações e sensibilidades.
A música ocupa um lugar de destaque em sua vida: nascida no bairro da
Barra Funda, em São Paulo, cresceu embalada pela batucada e sambas da Escola de Samba Camisa Verde e Branco,
agremiação tradicional do Carnaval paulistano.
A menina da Rua Conselheiro Brotero aprendeu a ter ritmo, não só para a música,
mas para todas as situações da vida. Possui um CD gravado, e talvez, o
mais importante, é que através da música a Cris leva alegria e esperança para senhorinhas
de uma casa de repouso, um trabalho de voluntariado que considera uma missão de
vida, conforme diz. “Voluntariar só veio enriquecer a minha alma e meu coração”.
Suas músicas são fáceis de memorização. Tem um samba que “grudou” nos
ouvidos dos participantes dos saraus e que é sempre pedida, chama-se Promessa. Outra fã do samba é minha
sobrinha Giovanna, de dois aninhos, toda a vez que vem em casa pede para que
cante.
Arte: Ulysses Galletti |
Varal de Poemas
que é sensacional
não é varal de roupas
e sim de Poesia
que só traz alegria
Os poetas sabem
da arte de compor
lindos versos
e para divulgá-los
levam o varal -
projeto itinerante -
para o viandante
que se interessar.
A poesia contagia
quem tem sensibilidade
e aprecia a literatura.
É preciso espalhar poesia
Leva-me contigo!
Mesmo neste período de isolamento social, Cris Arantes continua atuante,
participa de grupos online de poesias, faz vídeos, toma parte em lives e saraus virtuais.
Ah, sua parceria inseparável de eventos, bailes e outros movimentos
artísticos é a Glafira. A turma diz que são “a corda e a caçamba”.
Elas possuem bastante afinidade e gostos similares.
Durante os nossos saraus também surgiu, por brincadeira, a ideia de fazermos
algumas intervenções teatrais e com figurinos – todos somos amadores –, e assim
nasceram vários personagens. Eu passei a interpretar a Nhá Zefa, caipira de
Piracicaba e que tem por companheiro o tucano Honório. A Cris, por seus dotes musicais,
passou a ser a Nivarda, a “violeira” da nossa trupe. Ela não carrega só o
violão, leva vários instrumentos de percussão. É afinada e quando percebe
qualquer semitonar, puxa nossas orelhas. É partidária dos ensaios. Sabe de uma
coisa: é tudo muito divertido e saudável. Levamos alegria para as pessoas e nos
alegramos. Que saudades dos saraus!
É uma boa amiga, quando soube que eu estava em tratamento oncológico, me
enviou uma mensagem otimista e muitas orações. Ela compartilhou comigo momentos
complexos que atravessou na vida e como ela aprendeu a superar as situações. Foi
muito bom ouvi-la. Sempre manda mensagens pelo Whatsapp para saber da minha saúde e coloca meu nome no altar de
orações na igreja que frequenta. Sou muito grata à Cris pelo carinho, amizade e
solidariedade.
Gosto de me inspirar e espelhar nas boas ações das pessoas que conheço,
isso faz a gente evoluir como pessoa.
Que você Cris possa continuar com a sua missão de levar a boa palavra,
artes e bons conselhos a todos que cruzarem o seu destino. Ah, e que essa
pandemia passe logo, se Deus quiser, e podermos voltar a fazer artes por aí!
I Bienal Literária Taubaté - 23 e 24/8/2019 |
Conheçam mais o
trabalho de Cris Arantes:
Obrigado Thaís!
ResponderExcluirAcho que isso me basta, para lhe dizer da alegria em ler sua bela, incentivadora, alegre, frugal, emocionante, brilhante e mais enésimas adjetivaçoes, sobre a poeta Cris Arantes - de quem tenho a graça de ser amigo virtual.
Quão belas são vocês duas! Belas de semblante, de coração, de poesia e d'arte!
Ave Cultura!
Ave Poesia!
Ave Amizade!