(Crônica publicada anteriormente no livro "Vamos de prosa, poesia e café?" (Matarazzo, 2021) de Thais Matarazzo, ilustração de Ulysses Galletti)
Veja você, meu pai já enfartou seis vezes e sofreu uma cirurgia cardíaca de grande porte e... continua firme e forte! Aqui em casa, dizemos que ele tem sete vidas, como os gatos. Mas o segredo desta “sorte” é porque meu pai sempre praticou boas ações e sei que o Criador o protege pelos seus bons méritos.
Mas o que desejo contar a você é uma passagem acontecida em
2007, quando papai enfartou pela primeira vez: eu sempre quis andar de
ambulância. Não me pergunte por quê? A sensação de adrenalina, quando passam
veículos correndo pelas ruas da cidade, furando o engarrafamento habitual da
Capital paulista, sempre chamou a minha atenção.
Ele estava para ser transferido de hospital quando chegou a
equipe da ambulância que faria o transporte. O médico perguntou se alguém
queria acompanhá-lo. Levantei a mão. Estava, sim, chorosa, preocupada e com
medo do que aconteceria. Entretanto, não quis perder a oportunidade da "aventura".
Ah! Esqueci de mencionar que tudo aconteceu em uma madrugada fria. Fui na frente com o motorista e o trânsito estava tranquilo. A ambulância seguia em velocidade normal. Quando chegamos à Av. do Estado, perto do Mercado Municipal, não resisti, pedi ao motorista para acionar a cirene e acelerar um poquinho. Gentilmente, ele não se fez de rogado e atendeu meu pedido. Acabamos por chegar ao hospital rapidamente, o que foi bom para o meu pai e, indiretamente, realizei um desejo. Cada loucura que a gente faz, não é?
Vamos de prosa, poesia e café? (2021, Matarazzo). |
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